domingo, 13 de fevereiro de 2011

Centro Cirúrgico (Cap.6)

          Na primeira aula do centro cirurgico a professora se apresenta e diz : " Bom dia gente, hoje nós vamos aprender a desmair". Como assim aprender a desmaiar? O que é qeu eu vou ver la dentro? Eu continuo dentro sala ou corro? Derepente é brincadeirinha né.... Até que ela começa as instruções, ou seja, não é brincadeirinha. As instruçoes sao inacreditáveis, você esta se preparando pra uma tragédia acontecer na sua vida e a orientação é..." caia mas nao atrapalhe o decorrer da cirurgia" Socorro!!! Eu vou desmair e acordar sozinha?? Os médicos ja sabem disso?? Ja tem um cantinho na sala pra eu cair quetinha?? É impressionante mas essas perguntas não saiam do meu pensamento. Cômico, se não fosse trágico...
           Ja entrei no hospital tensa, o tempo todo lembrando do passo a passo de como desmaiar sem atrapalhar niguem e começa a preparação para a cirurgia. Troca-se a roupa branca pela privativa, um pijama verde que deixa qualquer um igual a um pepino, coisa horrorosa! Graças a Deus essa roupa acompanha a touca, a máscara, os protetores do pé, as luvas, acaba com a nossa identificação, essa é a parte boa, ninguem sabe quem é quem. E ainda tem gente que passa o dia com esse traje de um lado para o outro dentro do hospital, só pode ser um fugitivo da justiça que nao quer ser identificado.
             Mas enfim, começa a cirurgia e a primeira que eu assisto é um transplante de fígado. Confesso, nunca tinha visto ao vivo, a cores e a cheiros. Falo do cheiro porque depois de 4 horas cheirando pele queimada por bisturi elétrico você perde completamente a razão de existir. O sangue começa a sumir das pernas,o intestino e o estômago se unem inseparadamente num enjôo sem fim. Em alguns momentos cheguei a procurar o cantinho da sala para cair humilde e discretamente sem forças, mas não foi preciso ir até ele. A primeira experiência nao foi muito boa, o paciente nao resistiu a cirurgia e nem eu...cheguei em casa parecendo o sujeito operado sofri as consequências pós-anestesicas convaleci o pós-operatório alguns dias e hoje sou praticamente transplantanda do fígado. Isso é que da viver intensamente todos os momentos.
        

Um comentário:

  1. Adoro seu toque sarcástico em seus posts Dani! Está indo bem....acredito que a evolução é o caminho de tudo...nunca comi figado, mas agora é que não como mais....kkkkkkkkk bjo

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